VII jornadas pensamiento de rodolfo kusch – III conferencia diálogo sur-sur

RODOLFO KUSCHRodolfo-kusch

VII JORNADAS EL PENSAMIENTO DE RODOLFO KUSCH
III CONFERENCIA DIÁLOGO SUR-SUR: EPISTEMOLOGÍAS ANCESTRALES Y DECOLONIALES

21, 22 Y 23 DE NOVIEMBRE DE 2018
Sede Caseros II –UNTREF

Las VII Jornadas El Pensamiento de Rodolfo Kusch y la III Conferencia Diálogos Sur-Sur proponen un espacio en el cual se discuta y reflexione sobre los siguientes ejes: arte; ciencia; tecnología y sociedad; estética; educación; filosofía; psicología; política; movimientos sociales; epistemologías del sur; interculturalidad crítica; pensamiento decolonial; epistemología indígena y ancestral; colonialidad del poder, del saber, económica y del ser; y fagocitación del estar siendo.

Contacto: pensamientoderodolfokusch@untref.edu.ar

#RedeAfricanidades presente!!

TV ESCOLA – Hora do Enem | Filosofias grega e africana – Ep.437

Filosofia africana é o assunto da conversa com Eduardo Oliveira, filósofo e professor da Universidade Federal da Bahia. Ele fala sobre como as ideias de pensadores africanos podem ajudar quem está estudando pro Enem. De quebra, a Professora Ana Beatriz Gomes resolve duas questões do Enem 2017 sobre Filosofia da Grécia Antiga.

Assista aos conteúdos da TV Escola a qualquer momento e ao vivo!

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Que fazer do seu voto para presidente?

Publicado em 7 de outubro de 2018 por euclidesmance

Que fazer do seu voto para presidente?

Euclides Mance
07/10/2018

Escrevo essa mensagem pensando em você que pretende votar nulo ou branco, ou que ainda não está seguro da opção que escolheu.

O que eu gostaria de refletir com você é que o medo e o ódio não devem orientar nossas escolhas, pois eles não levam a boas soluções.

Explorando o medo que as pessoas têm de ser assaltadas, o discurso do ódio afirma que elas devem andar armadas para matar o assaltante. Porém, com o aumento das vendas de armas e de munição, com o aumento de pistolas e fuzis por toda parte, aumentará também, por toda parte, o número de tiroteios e de balas perdidas. E, assim, além do medo de ser assaltado, aumentará também o medo e as chances reais de você e de seus filhos morrerem por balas perdidas, em cinemas, escolas, farmácias, no trânsito e em postos de gasolina, como ocorre nos Estados Unidos e você vê nas TVs todos os meses.

E o bônus, almejado pelos assaltantes, será levar consigo também a pistola ou o fuzil das vítimas, aumentando assim o arsenal de amas e de munição em posse do crime organizado.

Em resumo, o ódio e o medo não trazem uma boa solução para o problema. E se tal solução for posta em prática, ela agravará, ainda mais, o próprio problema da segurança de todos.

Do mesmo modo, afirma-se que, para combater a corrupção, seriam melhor uma ditadura e um líder forte. Dizem que é melhor um Estado autoritário, inclusive para forçar as pessoas a agirem segundo a moral da maioria, devendo todos obedecerem às imposições do presidente, que adotaria uma nova Constituição escrita por notáveis, isto é, pelas pessoas que ele indicar, e que seria aprovada pela maioria da população que o defende como líder. E que os seus opositores devem ser combatidos sem trégua por seus seguidores nas redes sociais, nas escolas, em processos judiciais, com memes e prisões. Que os livros de história devem ser reescritos, para afirmar que não houve uma ditadura no Brasil, mas apenas um movimento militar a partir de 1964.

Porém, se o ditador manda e todos devem obedecer, se a história do passado e do presente serão reescritas segundo a vontade dessa maioria e ninguém pode mais investigar o ditador e seus notáveis, nem as privatizações que ele conduzirá e as empresas que realizarem as obras de seu governo, não se poderá mais apurar os casos de corrupção que ocorram nessa ditadura e tampouco saber do paradeiro dos que venham a ser mortos por se levantar contra ela em defesa da democracia, como ocorreu no Brasil e em países vizinhos nas décadas de 1960 e 1970.

Assim, a solução encontrada pelo ódio para enfrentar a corrupção agrava, ainda mais, o próprio problema.

Você já reparou quantas mensagens você já recebeu falando do futuro de nosso país? Que o Brasil se tornará uma ditadura, com um governo autoritário e comunista? Elas buscam despertar o medo e o ódio. E o que essas mesmas pessoas propõem para evitar que o Brasil se torne uma ditadura comunista? Que você vote num candidato que defende torturadores [1] e cujo vice defende que a democracia pode ser sacrificada por um autogolpe militar [2] para pôr fim a uma possível anarquia no país [3].

Essas mensagens propõem que você vote num candidato que já defendeu a guerra civil como meio para solucionar os problemas do Brasil [4] e que defende que a população possa comprar armas e munição com facilidade [5].

Não é difícil concluir para onde o ódio e o medo estão levando o nosso país. Se houvesse resistência ao autogolpe militar, nenhum impeachment seria possível para destituir o presidente, pois os seguidores do líder, defensores da ditadura, empunhariam suas pistolas e fuzis, levando às vias de fato a guerra civil defendida por Jair Bolsonaro, no passado, como solução para os problemas do Brasil. Mortos seriam os opositores. E repare, pelas mensagens que você já recebe nas redes sociais ou vê nos comentários dos leitores na Internet, que qualquer um que pense diferente desse líder e de seus seguidores é chamado de bandido, corrupto, imbecil ou lixo da humanidade, entre outras expressões de baixo calão. Ele próprio, em tom de escárnio, afirmou há poucas semanas: “vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre” [6].

Pense bem se é realmente uma boa ideia você votar nulo ou branco.

Não existe nenhuma organização humana, partidos ou governos perfeitos. Mas, com a democracia é possível avançar na melhoria da sociedade, pensando em todos, respeitando os diferentes modos de pensar e de viver.

Não se deixe guiar pelo medo, pelo ódio ou pelos preconceitos criados contra pessoas, partidos ou religiões. Medo, ódio e preconceito não trazem boas soluções. Jair Bolsonaro, pelas declarações que fez e faz, não tem compromisso com a democracia nem com a defesa dos direitos fundamentais da pessoa humana, explicitados na Declaração Universal dos Direitos Humanos, firmada em 1948 pelas Nações Unidas para que as atrocidades da segunda guerra mundial, do nazismo e do fascismo nunca mais se repetissem. Ele não teve compromisso nem mesmo com as cadeias de comando das Forças Armadas, como o comprova o processo disciplinar que sofreu [7] e que lhe deu a visibilidade e projeção que passou a explorar politicamente [8].

Jair Bolsonaro não serve para ser presidente do Brasil.

Peço que reflita se não é melhor votar em Fernando Haddad, candidato de um partido que nasceu combatendo a ditadura militar em 1980, que sempre defendeu a democracia e cujo programa de governo não deixa dúvidas quanto às suas propostas. Não existem partidos perfeitos, programas perfeitos, nem candidatos perfeitos. Mas, na democracia, sempre devemos escolher, em cada situação, o que seja melhor para o bem público. O medo e o ódio, que semeiam a morte com pistolas e fuzis, que animam um autogolpe militar e que propagam elogios a torturadores não nos conduzem a um Brasil melhor.

Fonte: http://euclidesmance.net/wp/index.php/2018/10/07/que-fazer-do-seu-voto-para-presidente/

Solenidade de Abertura da 5a. Conferência Mundial – 5th The World Conference (5WCORREEI)

A 5ª Conferência Mundial de Combate às Desigualdades Econômicas Raciais e Étnicas reunirá na cidade de Vitória (Brasil) entre os dias 26 e 29 de setembro de 2018, analistas de políticas públicas, pesquisadores, profissionais, estudantes e representantes da sociedade civil organizada de diversas partes do mundo, com o objetivo de discutir os desafios impostos à sociedade pelas desigualdades relacionadas à raça e à etnia.

Acompanhe a transmissão

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V CONGRESSO BRASILEIRO DE FILOSOFIA DA LIBERTAÇÃO e II ENCONTRO INTERNACIONAL DE FILOSOFIA AFRICANA: Movimentos Sociais Populares e Libertação

https://redefilosofiafrica.wixsite.com/vcongressofilosofia

Para realizar inscrição no V Congresso Brasileiro de Filosofia da Libertação e II Encontro Internacional de Filosofia Africana TODOS os participantes devem seguir as orientações no site: https://redefilosofiafrica.wixsite.com/vcongressofilosofia/inscricao

A Linha de Pesquisa Cultura e Conhecimento do DMMDC- Doutorado Multi-institucional e Multidisciplinar em Difusão do Conhecimento, sediado na UFBA, os grupos de pesquisa: REDE-AFRICANIDADES e GRIÔ- educação popular e ancestralidade africana, reitera o compromisso da organização do V Congresso Brasileiro de Filosofia da Libertação na cidade de Valença, povoado do Bonfim, no Kilombo Tenondé, BA, nos dias 19, 20 e 21 de setembro de 2017.

De acordo com a Assembléia Geral do IV CBFL ocorrido em São Bernardo do Campo-SP, o eixo articulador do V CBFL será o diálogo com os Movimentos Sociais Populares. Outrossim, devido a tradição de encontros sobre filosofia africana no Estado da Bahia, particularmente organizados pela REDE-AFRICANIDADES, deliberou-se realizar o II Encontro Internacional de Filosofia Africana concomitante ao V CBFL. Assim, nosso evento tem o seguinte nome: V CONGRESSO BRASILEIRO DE FILOSOFIA DA LIBERTAÇÃO e II ENCONTRO INTERNACIONAL DE FILOSOFIA AFRICANA: Movimentos Sociais Populares e Libertação.

O evento ocorrerá no Kilombo Tenondé onde há a prática sistemática da Permacultura e da Capoeira Angola, perfazendo o que se chama Permangola, que tem princípios comunitários do cuidado com o meio-ambiente, incluindo a prática dos banheiros secos, agro-floresta, alimentação orgânica, entre outras. O Tenondé já realiza o intercâmbio com os movimentos sociais populares da região e com o sistema educacional local, tendo também experiência em receber jovens – acadêmicos ou não-para trocas culturais. O Kilombo está preparando-se para nos receber, contando com alojamentos de alvenaria e muito espaço para camping, cozinha comunitária, espaços de lazer como o rio que corre em seu território e a rica diversidade cultural que lhe atravessa.

Há restrição de inscritos para o V CBFL, pois o Kilombo Tenondé não tem estrutura para receber mais que 200 pessoas. Faremos atividades simultâneas como oficinas e mini-cursos a fim de, em grupos menores, aprofundar os temas e permitir aos convidados e participantes maior tempo de diálogo e intercâmbio. Haverá também momentos coletivos, onde todo o grupo estará reunido de maneira a confraternizar e produzir conhecimento. A disposição das atividades é possível ser visualizada no quadro abaixo. Optamos por privilegiar os momentos de diálogos, por isso as manhãs serão destinadas às oficinas e mini-cursos, as tardes às comunicações e as noites ás conferências e festival de culturas.

Nas comunicações, optamos por convidar acadêmicos, ativistas ou artistas para debater com os comunicadores. Eliminamos as mesas-redondas, pois o intuito é propiciar um tempo maior de fala e escuta para os participantes do V CBFL, e todos podem sugerir oficinas e/ou mini-cursos para a coordenação do evento. Haverá três conferências, sempre a noite, cujos temas perfazem o título e tema do evento, ou seja:

conferência sobre Filosofia da Libertação; conferência sobre Filosofia Africana; conferência sobre Movimentos Sociais Populares.Teremos também uma roda de conversa com os movimentos sociais populares locais e nacional, na primeira tarde do Congresso. Desta feita, desejamos dar maior visibilidade aos autores(as) de livros afins ao Congresso, por isso teremos lançamento de livros com espaço suficiente para apresentação das obras. O festival de culturas é o encontro entre grupos culturais como o Zambiapungo, o Boi de Manoel Vitorino, a Capoeira Angola, música, poesia, dança e muitos outros talentos daqueles que nos brindarem com sua arte. Em todas as atividades almejamos contemplar acadêmicos, artistas e ativistas sociais.

Como são inúmeros os movimentos sociais populares, e como teremos apenas três dias para a realização do evento, optamos por organizar o tempo a fim de interagir com os sujeitos epistêmico-sociais: mulheres, negros, índios, lgbt e trabalhadores, interseccionalizando experiências e trajetórias. Obviamente não está excluído nenhum sujeito dos movimentos sociais populares, mas encontramos nesse universo uma proposta factível para eleger os(as) convidados(as) para o Evento.

Não é preciso insistir no tema da crise econômica (crise política, pois não?) que assola as IFES brasileiras. Não temos previsão de recursos, até o momento, para sustentar a realização do congresso. Estamos nos inscrevendo em editais como o CNPq e a fapesb, mas sem garantias de sermos contemplados. Assim, é imperioso contar com a contribuição dos parceiros – o que já se tornou uma tradição na realização dos CBFL. Poderemos emitir cartas-convite a qualquer momento para aqueles(as) que lograrem subsídios em suas instituição de origem e/ou entre outros meios.

Para efeitos de comunicação utilizaremos o e-mail da REDE-AFRICANIDADES: redefilosofiafricana@gmail.com e vamos re-utilizar o site do IV CBFL. Além disso, contamos com a divulgação de todos os parceiros, pois somente assim cumpriremos nosso compromisso de organizar o evento em rede.

Esta primeira circular é a socialização sintética do estágio atual da organização do V Congresso e um convite expresso aos parceiros(as) para contribuírem na sua organização, tanto no formato quanto no conteúdo. O que aqui expomos é uma primeira proposta e a contextualização de onde se dará o CBFL.

Convite feito, dancemos juntos!

Meu cartão Diamante, por Mestre Cobra Mansa

Ao chegar em casa à noite, encontro um pequeno envelope com meu nome.

Quando o abri, lá estava o tão esperado cartão SMILES DIAMANTE DA GOL!

Imaginem a minha satisfação: depois de anos enfrentando filas de aeroportos nacionais e internacionais, o cartão da Gol Diamante me oferecia prioridade no check in e vários outros benefícios.

Com o cartão nas mãos, comecei a me sentir como se fizesse parte de um grupo seleto de cidadãos viajantes! Eu não era mais um simples passageiro, mas um passageiro com o cartão SMILES DIAMANTE DA GOL!

Dentro do cartão, uma cartilha anunciava: “PARABÉNS VOCÊ É UM SMILES DIAMANTE!”, “queremos retribuir com privilégios a sua fidelidade.”

Um misto de euforia e curiosidade tomava conta de mim. Com o folheto em mãos, lia os beneficios que me anunciavam e me sentia cada vez mais um cliente especial!

No entanto, quando abri a contra capa me deparei com uma foto de um modelo branco, de olhos azuis, atendendo um celular. Na terceira página, outra foto, dessa vez uma modelo loira com um grande sorriso no rosto e passaportes nas mãos. Na página seguinte, outro modelo branco em primeiro plano e, ao seu lado, uma modelo negra em segundo plano segurando a sua mão. No banco de trás, outra mulher branca lia um pequeno folheto. Fiquei um pouco confuso porque apesar de todos os benefícios que me foram prometidos pelo cartão diamante, eu não me senti representado por nenhuma imagem daquela revista! Todas as seis fotos daquela cartilha eram fotos de pessoas brancas. Apenas uma pessoa era negra!

Comecei a ficar incomodado e já nem prestava mais atenção em meus “benefícios”.

Por que as grandes empresas brasileiras ainda continuam a invisibilizar o negro em sua publicidade, mesmo sabendo que o Brasil é o segundo país com maior população negra no mundo?

Os números não mentem: mais de 80 milhões dos 186 milhões de brasileiros se auto reconhecem como negros – foi o que revelou uma pesquisa realizada em 2004 pelo CONEN – Conselho das Entidades Negras, Instituto Rosa de Luxemburgo e a Fundação Perseu Abramo.

No entanto, apesar de tantas lutas, ainda não conseguimos representatividade e visibilidade social, nem mesmo para nos reconhecermos como clientes de uma empresa.

Durante uma aula do curso de doutorado sobre a representatividade das imagens nas propagandas comerciais, tive a oportunidade de ler o artigo “A CONSTRUÇÃO PUBLICITÁRIA COMO REFORÇO DO PRECONCEITO RACIAL NO BRASIL”. O texto faz uma crítica à propaganda institucional das Linhas Aéreas GOL sobre as passagens promocionais.

O trecho da propaganda que segue adiante fala de Thiago (representado por um jovem negro), garoto propaganda da tarifa Promocional. O slogan “O Thiago ficou esperto e aproveitou a oportunidade” reforça a impressão de que para ele conseguir viajar foi preciso que surgisse uma oportunidade de desconto financeiro, o que o coloca em posição duplamente inferior aos demais clientes da companhia: pela sutil construção da frase que reforça a ideia de que o negro só consegue alguma coisa na vida se usar de esperteza em detrimento do estudo, profissionalismo e capacidade intelectual e pelo reforço textual que aparece logo abaixo de sua imagem. O texto é o seguinte: “Gol. Aqui todo mundo pode voar”. Ao que se pode deduzir, inclusive um negro. (Silva 2009).

Apesar da crise político-socio-institucional que vivemos em 2017, podemos dizer que nesse período conseguimos um equilíbrio total de 53% na formação da clase média brasileira, dados do Estudos Vozes da Classe Média da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República. Já é possível contar com uma classe média negra Brasileira, embora esse crescimento e esse equilibrio não signifiquem que as desigualdades raciais no Brasil foram superadas.

Se nos últimos anos passamos a ter maior acesso ao consumo, isso também implica em novas oportunidades de negócios para empresas de todos os portes, porém não resultou em visibilidade e representatividade da população negra na grande mídia.

Embora esse exemplo de minha experiência com a revista informativa da SMILES DIAMANTE DA GOL seja uma singela representação de milhares de revistas de propaganda que invadem os lares de mais de 104 milhões de pessoas da classe média brasileira, das quais 53% são afrodescendentes, esse sentimento de não representatividade não tem atingido somente a mim, mas a toda um segmento que não se vê representado em diversas esferas desta sociedade.

Pode ser que as grandes empresas de marketing ainda estejam se atentando para perceber a potencialidade do povo negro como consumidor. Mas enquanto isso, o negro no Brasil, apesar de pagar impostos e consumir produtos, continua invisibilizado pela mídia em geral, dando a impressão de que não seja de interesse dos grandes detentores de poder que o negro esteja empoderado e consciente de sua própria potência e nem de sua própria história. Assim, a publicidade brasileira vem trabalhando para reforçar a manutenção do status quo de certos grupos sociais conservadores de nossa sociedade, reforçando “estereótipos depreciativos e estimuladores de preconceitos que o racismo cordial brasileiro tão bem consegue diluir.” (Silva 2009).

Não é de se estranhar a falta de representatividade negra na mídia de um país que não reconhece em seus livros pedagógicos e planos de ensino a importância de ícones, heróis e mitos negros para a construção de sua própria história.

O Brasil é um país em que os negros são representados na mídia através de papéis em que se destacam por seus atributos físicos, sensuais, como “sambista/dançarino” ou “jogador de futebol”. Ou seja, mesmo quando se afirma a “superioridade” dos negros, ela se dá em um domínio físico e quase nunca intelectual.

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Típica propaganda com teor machista e racista

Vivemos numa sociedade que não quer incluir o negro. Quando folheamos um livro de história do Brasil ou uma revista de moda e não nos encontramos, quando assistimos aos comerciais de televisão, às novelas e não conseguimos nos enxergar, é como se fossemos um estrangeiro em nossa própria terra natal. Vem um sentimento de estar sempre vivendo no ambiente que é do outro e não pode ser nosso.

Quando estamos de frente aos veículos de comunicação em massa no Brasil não vemos a cara do Brasil verdadeiro. Poderíamos pensar que estamos na Europa. E é possível que na Europa e nos USA se possa ver mais negros representados de forma positiva do que aqui no Brasil, onde somos a maior população negra fora da África.
Nesse momento de reflexão com um cartão diamante em mãos, procurando por respostas, sinto que nunca foi de interesse das grandes empresas publicitárias, nem das grandes mídias brasileiras, dar visibilidade ao negro no Brasil.

Visibilidade pode gerar igualdade, igualdade gera unicidade e se transforma em poder
individual e coletivo. Então como sempre esbarramos nas relações de poder entre os segmentos da sociedade de classes que vivemos. Os publicitários e a mídia em geral já sabem muito bem a quem estão servindo.

Enquanto estiverem muito bem pagos vão continuar a desempenhar seu papel de apagar toda uma parcela da população, impedindo seu avanço.

O cartão diamante é um simples reflexo de uma sociedade que sempre ouviu o branco apenas, e nessa de “o cliente tem sempre razão” só o considerou em detrimento dos demais grupos étnicos e raciais .

Se educar em dinâmica racial é fundamental para o negro conhecer as artimanhas do sistema e reivindicar seu lugar como cidadão, exigir visibilidade na mídia e em todos os espaços onde a sociedade brasileira se fizer representar.

Isso certamente vai se traduzir em empoderamento e unidade do povo negro.

Cinézio Feliciano Peçanha – Mestre Cobra Mansa

Mestre de Capoeira Angola formado por Mestre Moraes (GCAP)

Presidente /fundador da FICA( Fundação Internacional de Capoeira Angola )

Presidente /fundador do Kilombo Tenonde ( http://www.kilombotenonde.com)

Doutorando -DMMDC-UFBA
FACEBOOK: Cobra Mansa

Bibliografía consultada:

Silva, Márcio David Marcedo da. CONSTRUÇÃO PUBLICITÁRIA COMO REFORÇO DO PRECONCEITO RACIAL NO BRASIL

http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/noticia/2012/09/negros-sao-quase-80-da-nova-classe-media-diz-estudo-do-governo.html

http://www2.rj.sebrae.com.br/boletim/crescimento-do-mercado-afro-descendente/ 34 acesso em 15/06/2017 as 13:45

 

V CONGRESSO BRASILEIRO DE FILOSOFIA DA LIBERTAÇÃO II ENCONTRO INTERNACIONAL DE FILOSOFIA AFRICANA: Movimentos Sociais Populares e Libertação.

Movimentos Sociais Populares e Libertação.

A Linha de Pesquisa Cultura e Conhecimento do DMMDC- Doutorado Multiinstitucional e Multidisciplinar em Difusão do Conhecimento, sediado na UFBA, os grupos de pesquisa: REDE-AFRICANIDADES e GRIÔ – educação popular e ancestralidade africana, reitera o compromisso da organização do V Congresso Brasileiro de Filosofia da Libertação na cidade de Valença, povoado do Bonfim, no Kilombo Tenondé, BA, nos dias 20, 21 e 22 de setembro de 2017. De acordo com a Assembléia Geral do IV CBFL ocorrido em São Bernardo do Campo-SP, o eixo articulador do V CBFL será o diálogo com os Movimentos Sociais Populares.

Outrossim, devido a tradição de encontros sobre filosofia africana no Estado da Bahia, particularmente organizados pela REDE-AFRICANIDADES, deliberou-se realizar o II Encontro Internacional de Filosofia Africana concomitante ao V CBFL. Assim, nosso evento tem o seguinte nome: V CONGRESSO BRASILEIRO DE FILOSOFIA DA LIBERTAÇÃO e II ENCONTRO INTERNACIONAL DE FILOSOFIA AFRICANA: Movimentos Sociais Populares e Libertação. O evento ocorrerá no Kilombo Tenondé onde há a prática sistemática da Permacultura e da Capoeira Angola, perfazendo o que se chama Permangola, que tem princípios comunitários do cuidado com o meio-ambiente, incluindo a prática dos banheiros secos, agro-floresta, alimentação orgânica, entre outras.

O Kilombo Tenondé já realiza o intercâmbio com os movimentos sociais populares da região e com o sistema educacional local, tendo também experiência em receber jovens – acadêmicos ou não para trocas culturais. O Kilombo está preparando-se para nos receber, contando com alojamentos de alvenaria e muito espaço para camping, cozinha comunitária, espaços de lazer como o rio que corre em seu território e a rica diversidade cultural que lhe atravessa. Há restrição de inscritos para o V CBFL, pois o Kilombo Tenondé não tem estrutura para receber mais que 200 pessoas. Faremos atividades simultâneas como oficinas e mini-cursos a fim de, em grupos menores, aprofundar os temas e permitir aos convidados e participantes maior tempo de diálogo e intercâmbio. Haverá também momentos coletivos, onde todo o grupo estará reunido de maneira a confraternizar e produzir conhecimento. A disposição das atividades é possível ser visualizada no quadro abaixo. Optamos por privilegiar os momentos de diálogos, por isso as manhãs serão destinadas às oficinas e mini-cursos, as tardes às comunicações e as noites ás conferências e festival de culturas. Nas comunicações, optamos por convidar acadêmicos, ativistas ou artistas para debater com os comunicadores. Eliminamos as mesas-redondas, pois o intuito é propiciar um tempo maior de fala e escuta para os participantes do V CBFL, e todos podem sugerir oficinas e/ou mini-cursos para a coordenação do evento.

Haverá três conferências, sempre a noite, cujos temas perfazem o título e tema do evento, ou seja: conferência sobre Filosofia da Libertação; conferência sobre Filosofia Africana; conferência sobre Movimentos Sociais Populares.Teremos também uma roda de conversa com os movimentos sociais populares locais e nacional, na primeira tarde do Congresso. Desta feita, desejamos dar maior visibilidade aos autores(as) de livros afins ao Congresso, por isso teremos lançamento de livros com espaço suficiente para apresentação das obras.

O festival de culturas é o encontro entre grupos culturais como o Zambiapungo, o Boi de Manoel Vitorino, a Capoeira Angola, música, poesia, dança e muitos outros talentos daqueles que nos brindarem com sua arte. Em todas as atividades almejamos contemplar acadêmicos, artistas e ativistas sociais. Como são inúmeros os movimentos sociais populares, e como teremos apenas três dias para a realização do evento, optamos por organizar o tempo a fim de interagir com os sujeitos epistêmico-sociais: mulheres, negros, índios, lgbt e trabalhadores, interseccionalizando experiências e trajetórias. Obviamente não está excluído nenhum sujeito dos movimentos sociais populares, mas encontramos nesse universo uma proposta factível para eleger os(as) convidados(as) para o Evento. Não é preciso insistir no tema da crise econômica (crise política, pois não?) que assola as IFES brasileiras. Não temos previsão de recursos, até o momento, para sustentar a realização do congresso. Estamos nos inscrevendo em editais como o CNPq e a fapesb, mas sem garantias de sermos contemplados.

Assim, é imperioso contar com a contribuição dos parceiros – o que já se tornou uma tradição na realização dos CBFL. Poderemos emitir cartas-convite a qualquer momento para aqueles(as) que lograrem subsídios em suas instituição de origem e/ou entre outros meios. Para efeitos de comunicação utilizaremos o e-mail da REDE-AFRICANIDADES: redefilosofiafricana@gmail.com e vamos re-utilizar o site do IV CBFL. Além disso, contamos com a divulgação de todos os parceiros, pois somente assim cumpriremos nosso compromisso de organizar o evento em rede. Esta primeira circular é a socialização sintética do estágio atual da organização do V Congresso e um convite expresso aos parceiros(as) para contribuírem na sua organização, tanto no formato quanto no conteúdo. O que aqui expomos é uma primeira proposta e a contextualização de onde se dará o CBFL.

Convite feito, dancemos juntos!

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Comitê de organização do V Congresso Brasileiro de Filosofia da Libertação e II Encontro Internacional de Filosofia Africana.

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – UFBA LABORATÓRIO NACIONAL DE COMPUTAÇÃO CIENTÍFICA – LNCC/MCT UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA – UEFS UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIENCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA – IFBA FIEB/SENAI/CIMATEC FACULDADE DE EDUCAÇÃO – FACED – UFBA – Sede INSTITUTO DE HUMANIDADES, ARTES E CIÊNCIAS – IHAC – UFBA

Rede Africanidades: Mesa de Debate 17/8/16: Cultura Bantu, Cosmologia e Corporeidade

Mesa de Deabate com Dr. Prof. Kenneth, Mestre Cobra Mansa e Eduardo Oliveira

Durante sua apresentação o Professor Kenneth partilhou conosco um resumo de sua pesquisa acerca do Cosmograma Bankongo, que é bastante complexo, fazendo cair por terra o pré-conceito de que a cultura Bantu é inferior a outras culturas africanas, como por exemplo, a cultura yoruba (nagocentrismo).

Aqui está uma representação gráfica do Cosmograma Bakongo:

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Para se aprofundar na cosmologia Bakongo, é necessário o que o Prof. Kenneth denominou de “Preparação cultural”, que consiste em buscar o conhecimento do passado, que nos dará um substrato histórico para basear a compreensão de como somos inundados pela criatividade preta; Estar cientes de símbolos culturais em suas aparências inumeráveis e poder reconhecer símbolos e princípios presentes em ambos os lados do Atlântico.

COSMOLOGIA: Suposição de um grupo sobre as origens do universo.

ONTOLOGIA: Suposição de um grupo sobre a natureza do ser. A estética de um povo está na harmonia com sua cosmologia. Um esteta mantém arquétipos culturais, é dinâmico e reforma-se continuamente, em consequência da passagem da época, do ambiente e de expressões criativas.

ESTÉTICA:Sistema unificado de aspectos essenciais encontrados em culturas africanas tradicionais.

FILOSOFIA: A articulação desse relacionamento com guia à vida prática.

ARTE: expressão significativa desse relacionamento com o meio.

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Prof. Ken. foto feita por @BettinaMidón

O Professor Kenneth em sua apresentação apresentou uma tabela de cânones (normas) do que ele chama de “formulário fino”:

Olhar Novo: Ginga, aú, plantar bananeira

Suspendendo e preservando a batida: Plantar bananeira, Chamada

Descer/Começar para baixo: Rolé, Negativa

Ritmos múltiplos: Berimbaus

Olhar Esperto: Ginga, Chamada, Relógio

Entrada e Saídas corretas: Saída, aperto de mão

“Vividness” e equilibrio: Aú, Chamada

Chamada e Resposta: Música e letras, diálogo do corpo

Ancestralidade: homenagem aos Mestres do passado

Legal (Cool): Malícia

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Prof. Ken & Mester Cobra Mansa. foto feita por @Bettina Midón

A cultura Kongo.Angola é uma das forças mais dinâmicas da cultura do mundo. Segundo a cosmovisão Bakongo, o movimento da vida humana é como do sol, após ser carregada deste mundo, a alma passa para uma outra existência.

Os bakungos dançam num circulo no sentido contrario do relógio, atravessando por uma trajetória circular inspirada nos movimentos do sol, transitando entre pontos cardinais durante sua órbita:

Nascimento; Crescimento/Força; Declínio/Morte; Regeneração/concepção.

Takula: o ponto máximo de vitalidade, até mesmo de uma civilizaçao

Luvemba: passagem da morte (que conecta com o renascimento):::: ponto do CAOS, de maior transformaçao: maior ponto de ebuliçao

Musoni: concepção, criação, transformação

Kala: nascimento, concepção

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foto: @BettinaMidón

Na RODA Bakongo estão os quatro pontos cardinais, ligados pelas linhas de Kalunga, que separam o mundo dos vivos do mundo dos ancestrais. Dos cruzamentos das linhas, surgem as “esquinas de poder”. Dançar entre dois mundos é uma opinião do bakongo.

Para os bakongo a vida é como o leste, ocidental, movimento anti.horário q o sol faz em círculos. O mundo da vida e dos mortos na oposição de um espelho dentro de um universo repetitivo, assemelhando-se ao trajeto do sol.

Mooyo (SOL)

Nseke (terra dos vivos)

Mpemba (terra dos ancestrais)

A KALUNGA pode significar o mar, o deus, a perfeiçao, energía viva mais elevada. Siginida estar inteiro, por completo.-

Nkisi é uma força personalizda da terra invisível dos mortos – MPEMBA. Há um grau de controle humano afetado nessa força com o ritual. Os bakongos tem um sistema de Nquisis. Cada Nkisi contém as medicinas chamadas “BILONGO” e uma alma, uma força vital – MOOYO.

O trabalho de um “Nganga” é curar.

nquices 2

NKISI pode ser as figuras de madeira em que medicinas BILONGO foram adicionadas.

BILONGO é a medicina, é a força vital. Antes de ser ritualizado, o objeto é apenas objeto.

PAKALALA – significa a prontidão brava. Um Nkisi representado por uma figura com as mãos nas ancas.

NKISI TELAMA LWIMBANGANGA

Estatua de madeira que tem uma mão para cima e a outra mão na cintura, e o significado de “Defender o bom, mantendo abaixado o mal”.

SNUNGWA: bastão de madeira para honorar os mortos, para comunicar-se com o mundo dos espíritos

NSALA: penas no kongo expressam crescimento, conexão com a outra metade do cosmograma, o mundo superior.

TAKINKINDU: Andar com as mãos no outro mundo, girar o corpo para correr e girar em uma esfera no mundo inferior (fazer uma bananeira)

YANGALALA: maos em cima da cabeça, braços abertos – contato com a presença do espírito. EXTASE, sinal de vitória para atletas negros.

MIYEMBE: rolando os ombros em sinal de alegria.

TIENGA: torção dos quadris simbolizando vitalidade.

PAKALA: mãos nos quadris, siginificando valentia e prontidão.

Música é o poder cura, a forma mais apropriada de se conectar com Deus.

Dançar, batucar e cantar é medicina espiritual, NKISIS, que fornecem o equilíbrio interno, que permite que os participantes e a comunidade possam aprender valores e padrões sociais. É o músico que recebe e transmite a energia do mundo espiritual.

Vários movimentos derivados Banto.Kongo são encontrados no samba e na capoeira angola, servindo como guia para o bom movimento na sua viagem entre os dois mundos.

NDALAMUNDA KISONE

Pra trazer fora a graça que você tem dentro, a qualidade de discurso que é doce e flui como água.

A estética é a cura do povo negro.